Revista Economia Solidária 10. Os desafios da gestão das organizações de Economia Solidária

Aceesa - Associação Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico, Portugal

Sob a direcção de Rogerio Roque Amaro, dezembro 2016

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Resumo :

Constam pois deste número quatro artigos.

1—O primeiro, da autoria de Airton Cardoso Cançado, Pós-doutorado em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas–EBAPE/FGV e Doutor em Administração pela Universidade Federal de Lavras–UFLA, actualmente professor do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e do Curso de Administração da Universidade Federal do Tocantins–UFT (Brasil), aborda e enquadra, de um ponto de vista teórico, as rela- ções entre os conceitos e os conteúdos de Economia Solidária e de Gestão Social, discutindo até que ponto os instrumentos desenvolvidos por esta são úteis para aquela.

2—O segundo, a cargo de Pedro de Almeida Costa, Fabio Bittencourt Meira e Ana Mercedes Sarria Icaza, profes- sores/a adjuntos/a na Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil), analisa, a partir dos casos das redes de economia solidária da região metropolitana de Porto Alegre, as estratégias de organização e gestão em rede, para tentarem compatibilizar os valores e princípios de transformação societal, promovida pela Economia Solidária, com a necessidade de estarem imersas e terem relações com a sociedade dominada pela lógica capitalista.

3 — O terceiro, da responsabilidade de Ana Dubeux, professora adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco–Brasil (Departamento de Educação) e Membro do Núcleo de Agroecologia e Campesinato e do Centro de Formação em Economia Solidária do Nordeste, procura reectir o papel e as lógicas das Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares, que nasceram no Brasil, em meados dos anos 90, como importante iniciativa das universidades brasileiras no acompanhamento e promoção de iniciativas de Economia Solidária, tendo em conta dois modelos de gestão diferentes, um mais centrado em empreendimentos individuais, outro numa lógica de desenvolvimento territorial.

4 — O quarto, da minha autoria, propõe uma reformulação do conceito de Sustentabilidade, em consonância com uma perspectiva octo-dimensional de um conceito novo de Desenvolvimento Sustentável, mais adequado aos desafios para uma Vida Digna e com Futuro, aplicando-o, a um nível mais micro, às organizações de Economia Solidária, a partir dos ensinamentos de um Projecto («ECOS») Europeu, que envolveu a análise da gestão e dos indicadores da Sustentabilidade das organizações de Economia Solidária da Macaronésia, em particular dos Açores, de Cabo Verde e das Canárias. Deste modo, pretende-se contribuir para resolver a contradição existente entre uma perspectiva macro multi-dimensional de Desenvolvimento Sustentável e uma aplicação micro da Sustentabilidade das organizações, que, normalmente, se limita e se concentra na dimensão económico-financeira, ao mesmo tempo que se sublinha a importância de propor novos horizontes e desa os para uma gestão diferente, com novos conceitos e indicadores, da Economia Solidária.

Este número contempla ainda:

Um caso de ensino, preparado por Daniela Moreira de Carvalho, Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Naldeir dos Santos Vieira, Professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri–UFVJM e Ariádne Scalfoni Rigo, Professora da Universidade Federal da Bahia (Brasil), em que se analisam alguns desa os concretos da gestão de uma Associação dos Produtores de Leite, inaugurando-se, desta e modo, um novo tipo de rubrica nesta Revista, dedicado à análise de casos concretos, como pedagogia de ensino e de demonstração;

Uma ficha de leitura, organizada por Ana Dubeux, já referenciada, sobre o livro de Carolina Valéria de Moura Leão, intitulado «Educação Popular: Ausências e Emergências dos Novos Conhecimentos e Sujeitos Políticos da Economia Solidária», publicado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa, em 2013, que aborda as questões da pedagogia da autogestão, como base para a sua construção teórico-metodológica;

Uma nota informativa, redigida por Nora Inwinkl, uma doutoranda italiana em Economia Solidária, que se encontra a estagiar em Barcelona com a XES–Xarxa (ou Rede) Catalana de Economia Solidaria, sobre as II Jornadas Internacionais de Municipalismo e Economia Solidária , organizadas, em 20 e 21 de Outubro de 2016, pelo «Comissariado de Economia Cooperativa, Social e Solidária e Consumo», da Câmara Municipal de Barcelona, subordinadas ao tema «A economia plural que transforma as nossas cidades».

Fontes :

aceesa - Associação Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico, Portugal aceesa-atlantico.org/