Finanças e moedas ao serviço da sociedade

Finanças solidárias

As microfinanças vinculam pessoas que têm poupanças e querem investir em atividades que tenham forte utilidade social e pessoas portadoras de projetos que não têm acesso suficiente aos financiamentos clássicos. A sua função essencial é atender os pobres e os excluidos, hoje ela é amplamente reconhecida como uma « alavanca de desenvolvimento » que contribui para a luta contra a pobreza. Entretanto, devido a sua dupla vocação, ela deve poder conciliar performances sociais e performances financeiras. A institucionalização das Instituições de MicroFinanças (IMF) e a pressão forte dos sócios em favor de uma rentabilidade no curto prazo com frequência levaram o segmento a privilegiar as performances financeiras em detrimento da criação de laços sociais e de capital social entre os mais despossuidos.

Moedas complementares, uma ferramenta da transição econômica

Como destaca Bernard Lietaer, as moedas nacionais e os sistemas monetários convencionais que utilizamos são, par definição, geradores de concorrência e se baseiam no princípio de uma escassez mantida de maneira artificial. Ora bem, a maneira como é criada e gerada a moeda em uma sociedade tem profunda influência nos valores e nas relações humanas dessa sociedade. Frente às crises recorrentes, financeira, mas também meio-ambiental, climática e energética, aproximadamente 30 anos temos observado o aparecimento das moedas chamadas « alternativas », « sociais », « solidárias », « locais », « afetadas », ” complementares », ou até « plurais », que propõem modos de criação e de gestão alternativos.